sexta-feira, 25 de março de 2011


DOR.
by Vinícius Ulrich.



Nuvens se acumulam à minha volta.
Não são nuvens reluzentes de contos de fada.
Pesadas, insistem, entristecem, enegrecem.
O vazio, tenta invadir minha alma.
Coração acelera e, lágrimas afloram,
Afogando mais uma vez meus sonhos.

Não vivo sem, eles, são parte de mim.

O poeta se alimenta de sonho. Dos seus sonhos.
Munido de rimas e palavras precisas,
Invade mundos nunca antes explorados,
Visita reinos encantados com suas princesas e dragões.

Bebe do néctar, junto aos deuses,
Corre com ninfas pelos bosques,
Conversa com o mar, com o por do sol.
Brinda a chegada do amanhecer, com a esperança.

Mas hoje o poeta está triste...
Tentaram roubar o seu melhor,
Hoje o poeta chora...
Dor da mágoa... da traição... da decepção.

No sono, enevoado e sem cor,
Vai de encontro ao seu amor,
Cruel, empedernido, frívolo e fugaz...
Com sorriso vazio nos lábios secos
Olha nos olhos do poeta e desvia para o nada.
Olhos sem brilho, sem amanhãs.
Sem as memórias (tantas e boas) de um passado.

O poeta seca, uma lágrima que ainda insiste, e sorri.
Sorri , não seu melhor sorriso, ainda.
Mas.... Se ri. Ele sabe que amou!
Seu sorriso (aquele “o melhor”) vai voltar.

Ele vai sobreviver.
Sempre! Enquanto a poesia existir, e
No espaço entre as dores de seus amores idos...
Amar, e amar e amar.