domingo, 10 de outubro de 2010

ONDE TÁSH NÊGA?

ESTE ERA O PONTO CHIC DÉCADAS ATRÁS.ESSE É O NOSSO PONTO CHIC



_ Olhólhólhó! Por onde “andash” Floripa? Sumisse nega. Te procuro-te pelash ruash e não te encontro-te, não tem?
É...
Que saudades da minha Florianópolis que falava “manezês”, que saudade dos “olhólhólhós”, “então então”, “tásh tolo”, “arrombasse”, “mofas”... e tantas outras expressões tão nossas, que vinham como música, folhas ao vento, nas asas do vento sul.
O vento que vem das bandas do SULI .
Dia desse, fui ao cartório Luz e qual não foi a minha surpresa ao ver que o antigo casarão amarelo, com seu piso de tábua corrida , brilhando de tão bem cuidado, onde guardava junto as suas paredes tantos momentos, casos e causos da nossa ilha, das pessoas daqui estava com suas portas fechadas.
Sabes onde é?Aquele casarão ao lado da CAPRI calçados e da MODELAR MODAS. Não... não, a loja de calçados e a de moda que ladeavam o cartório também não estão mais lá.
Ele estava fechado, a placa dourada que ostentava o nome de um dos tantos que ergueram e fizeram prosperar a nossa cidade deixara apenas sua marca escura na parede amarela do casarão.
O cartório com o sobrenome da ponte, um dos nossos cartões de visita (diga-se de passagem tão negligenciada, faz anos) já não estava lá.
Agora com outro nome e em um dos prédios modernos, em outro endereço, nosso passado está informatizado e aquele jeito sorridente de ser do mané desapareceu dos rostos de seus funcionários.
Ah minha Floripa mané, da nega Tida, do velho Menezes, da Lourdes apregoando os bilhetes de loteria pelas ruas, impecavelmente vestida e maquiada, do Ponto Chic onde muitos podiam se encostar no grande balcão em “U”, conversar, saboreando um cafezinho “passado” e discutir os destinos da cidade nas manhãs preguiçosas de sábado.
Que saudade de ti nega...
O boi de mamão, nunca mais se viu nas noites de verão, no centro da capital, mas a tradição baiana da capoeira, está lá, todos os domingos na frente da catedral para entreter turistas e quem mais por ali passe.
O que eu não daria, minha Desterro querida, para tê-la de volta.
Vou vivendo da nostalgia e nunca vou deixar que os “esses” chiados desapareçam da minha mente, mesmo que já não sejam tão comuns aos meus ouvidos pelas ruas e lojas da cidade.
Te amo FLORIPA MANÉ.
Floripa da gente.

Um comentário:

Anônimo disse...

Vini Divino,

Só vc mesmo sensivel,expressivo, saudoso para escrever desse jeito da minha ou melhor da nossa amada Floripa.
Eita tempinhos bons, que só não voltará mas e só quem viveu sabe do gostinha que tinham esses manés!!!!
beijocas no teu coração!!!